A partir de hoje, o banco Itaú passa a permitir que seus clientes negociem criptomoedas utilizando a plataforma de investimentos íon. Este é o primeiro movimento do maior banco privado do país em direção à compra e venda de moedas digitais, como o bitcoin.
Enquanto isso, outras instituições financeiras grandes, embora não tão antigas, como o Nubank e o BTG Pactual, já oferecem esse tipo de produto aos seus clientes. Recentemente, a XP deixou esse mercado ao descontinuar a plataforma de negociação de criptomoedas Xtage.
Inicialmente, apenas bitcoin e ether, a moeda nativa da rede Ethereum, estarão disponíveis para compra e venda na plataforma do banco Itaú. Essas duas moedas são as líderes em valor de mercado. A liberação para os clientes será feita de forma gradual, então nem todos terão acesso a esse tipo de ativo imediatamente.
O chefe da Itaú Digital Assets, Guto Antunes, menciona que a liberação será progressiva para os clientes cadastrados no íon. Ele afirma que “Essa progressão depende da clareza das regulamentações. Não entramos em detalhes sobre os processos de escolha [dos primeiros clientes a terem acesso à novidade], pois é uma questão estratégica”.
O mercado brasileiro de criptomoedas aguarda ansiosamente regulamentações do Banco Central sobre como as empresas do país podem operar com criptoativos. O Marco Legal dos Criptoativos, sancionado no final do ano passado, foi complementado este ano por um decreto que designa o BC como responsável por supervisionar o setor.
Os criptoativos negociados no íon serão mantidos pelo próprio Itaú, que garante a segregação dos ativos. No entanto, os usuários da plataforma não terão acesso às chaves privadas das carteiras de criptomoedas. “Inicialmente, não vamos oferecer a opção de ‘wallet in’ [entrada de criptomoedas adquiridas externamente na conta do Itaú] e ‘wallet out’ [saque dessas criptomoedas para carteiras digitais dos clientes].
O mais importante é que assim como quando você deixa seu dinheiro na conta do banco, terá a garantia do balanço do Itaú como segurança dos valores investidos”, destacou.
O futuro do banco Itaú com criptomoedas
Em algum momento futuro, Antunes menciona que poderá ser considerada a expansão da negociação para outros tokens além de bitcoin e ether. No entanto, ele enfatiza que, no momento, o objetivo principal é atrair novos clientes para as oportunidades de ganhos disponíveis com criptomoedas.
Estamos em uma geração que cresce e se ‘bancariza’ de maneira tokenizada. Uma parte dos mais de US$ 1 trilhão que estão alocados em criptoativos hoje são de pessoas que estão se bancarizando. Queremos ajudar a trazer segurança para esse mercado.
O chefe da Itaú Digital Assets ainda recorda que tanto o íon quanto o Itaú Personalité já abordaram extensivamente o tema das criptomoedas com seus clientes. Dessa forma, o próximo movimento estaria alinhado ao propósito de conquistar impulso com segurança, vinculado à educação financeira dos consumidores.
Estudamos os dados do nosso cliente e sabemos que ele procurava principalmente esses dois criptoativos para investir. Em vez de lançar uma solução e depois correr atrás desses aspectos, nós nos envolvemos muito na agenda regulatória para explicar esse comportamento da base de clientes.
Importante lembrar o banco Itaú é uma das instituições financeiras responsáveis pelo piloto do Drex.
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